Bom dia, leitores.
O pessoal anda muito ocupado com a produção do jornal. Procura daqui e remexe dali, quase não resta nada para escrever no novo veículo do Blog Oficial.
Também pudera: tem o pessoal que se divide em aprovar o layout, que divide textos que serão produzidos especificamente para o veículo em questão e os que poderão se adaptar do Blog - caso daqueles em que a discussão do mundo físico foi parar na Internet - e necessitam de apoio aqui e acolá.
Mas tem casos que precisamos recorrer às trombetas para anunciar o fim da espera - e dos tempos.
São coisas que nos fazem pensar na vida, negócios pra tocar e assuntos para aprovar. Sentir a temperatura das ruas no mercado municipal, nos bares das ruas, sentindo a opinião das pessoas. Visitar algum igarapé para saber o que o pessoal anda discutindo!
A temperatura sempre subindo! E o problema sempre aparecendo!
Escrever, hoje em dia, não é mais como um século atrás, em que as notícias andavam a cavalo. É só lembrar de Vidas Secas, de Graciliano Ramos. A vida no sertão era dura, mas podia ser guardada em uma gaveta e esperar uns dois anos para ser conhecida - e reconhecida.
O que dizer, então, de Euclides da Cunha, em "Os Sertões"? Laureado com cadeira na Academia Brasileira de Letras, o imortal passara anos cavalgando as trincheiras da vida, esquivando-se da guerra entre o homem que teria pretendido fundar uma sociedade igualitária no interior da Bahia, e o Estado Nacional.
Escreveria pouco a pouco no Jornal O Estado de São Paulo os excertos de sua missão como correspondente do jornal, que mais tarde viraria o livro pelo qual é mais conhecido.
Naquele tempo, escrever demorava meses. Lia-se um texto que tinha semanas! Hoje, basta acesso à internet para tanto!
Hoje não precisamos mais esperar mais que alguns minutos (às vezes, segundos) para ler coisa mais atual. Basta ler as coberturas de esportes de competições oficiais. Na época da copa do Japão, jornalistas se ajuntam em montes, em salas com acesso à internet e atualizam jornais quase que em tempo real: Os resultados dos jogos saiam logo nas suas versões impressas antes de um jogo terminar, em alguns casos.
Hoje, não há mais espaço para matérias ditas de gaveta: Quando o tempo passa uma vez, não há sobras para serem republicadas dali a mais meio século.
E é isso que o nosso amigo homem-pássaro busca fazer. Na ausência de um corpo de texto mais elegante, o atônito alado busca fatos velhos, repetidos, que ele conjuga atuais. Recose seu texto, buscando um molho mais encorpado, mas não escreve uma única linha de texto que ninguém que leia seu blog já não tenha lido com melhor tempero.
Talvez não tenha caído a ficha de que seu tempo passou, como quis dizer um nobre maracanaense outra vez, afirmando que o tempo agora era de outra administração.
Mas como dizer que o tempo passou para quem ainda não fugiu de seu estado (passado), como um fantasma moribundo que repete suas fábulas de quando ainda era vivo, esquecendo-se da sua tragédia?
Talvez a queda de tão alto o tenha deixado perdido no meio da história, sem conhecer os elos do tempo que o ligam ao futuro, mesmo tendo certeza de que viveu o passado. OU então isso é vício de viver (e viver) com quem jaz em berço eterno desde o nascedouro.
Pode contar: Como secretário de Administração e de Educação, Ícaro foi exemplo de muita coisa. E sempre que se busca algo de bom para falar dele, a única coisa que sobra é o mito do homem alado. Todo o resto se foi pelo ralo da história. Como o dinheiro desviado pela Prefeitura, os recursos da creche e da quadra poliesportiva, que o governo do qual ele fez parte desviou.
Ícaro é um mito. Difícil de se explicar.
Devia abandonar a alcunha.
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